A formação de acervos imagéticos, sonoros e audiovisuais é uma das atividades de pesquisa que foi concebida, desde 2009, em função do projeto de implementação do nosso Laboratório de Antropologia Visual ARANDU e das formações nas habilitações em antropologia visual e antropologia social, integradas no currículo do curso de Bacharelado em Antropologia.
Vários acervos e fundos documentais encontram-se preservados e parcialmente catalogados e digitalizados. A maior parte do acervo do Arandu foi formada por pesquisadores que atuam ou já atuaram no AVAEDOC. A referência ao “Acervo AVAEDOC/Arandu” diz respeito aos materiais produzidos ou coletados em pesquisas/atividades de gente do AVAEDOC, materiais que estão armazenados na Reserva Técnica do Laboratório Arandu.
O uso destas imagens no ensino, na pesquisa e na extensão estão condicionados a uma política de uso e de gestão de imagens e itens do acervo (atualmente em atualização), a qual envolve o reconhecimento dos direitos autorais, dos direitos de imagem tanto quanto as possibilidades de gestão compartilhada destas imagens juntamente com os sujeitos que constituem os assuntos retratados. As imagens são para a gente um tipo de conhecimento e de mediação simbólica, sua utilização requer considerações sobre ética bem como supõe a crítica dos conceitos de imagem usualmente aceitos.
Em função dos diferentes fatores de precarização do trabalho desenvolvido nas universidades públicas, em especial no Campus da UFPB em Rio Tinto, o laboratório Arandu só foi contar com o trabalho de um técnico-administrativo a partir de 2017. Todo o trabalho de catalogação geral no laboratório e de organização e gestão dos materiais já armazenados anteriormente no laboratório encontra-se em andamento desde então. O objetivo é reunir condições para viabilizar o acesso aos materiais e conhecimentos produzidos nas pesquisas, principalmente para estudantes e professores das comunidades do entorno (Rio Tinto e cidades da região do Vale do Mamanguape).
Dá-se o nome de “fundo documental” ao conjunto de materiais (fitas VHS, fotografias, negativos, etc.) cedidos por uma pessoa física ou por uma entidade (Secretaria de Cultura de Rio Tinto, por exemplo). O montante de material reunido ao longo de vários anos de pesquisas da gente do grupo AVAEDOC constitui um acervo importante, com imagens históricas (em vídeo, cinema e fotografia) que contemplam dimensões variadas da vida dos habitantes da região, da Paraíba como um todo e mesmo de outras partes do Brasil e do mundo. São cenas do cotidiano e das famílias, das festas e manifestações da cultura e religiosidade popular, das manifestações culturais dos índios Potiguara etc..
A formação do acervo AVAEDOC/Arandu já contou com apoios do CNPq, da Petrobrás, do PIBIC/UFPB e do PROBEX/UFPB, através de projetos que são concebidos e desenvolvidos por docentes pesquisadores com participação de estudantes do curso de antropologia. Os fundos documentais intitulados “José Humberto Nascimento” (Tiuré), “GT indígena SEAMPO/UFPB”, “Secretaria municipal de cultura de RT” e “Hildebrando Domingos” são alguns dos exemplos de materiais que a gente reuniu para pesquisar e armazenar (digitalizar quando é o caso) para futuras pesquisas e disponibilização às comunidades locais interessadas.