NAVISUAL
O Navisual tem se consolidado como um importante espaço para a divulgação do material etnográfico produzido por pesquisadores e para a discussão do uso de técnicas audiovisuais na pesquisa antropológica. Atualmente sob a coordenação a Profa. Cornélia Eckert, visa dinamizar a utilização dos recursos audiovisuais disponíveis no Laboratório de Antropologia, documentar suas atividades, bem como estimular o desenvolvimento teórico e metodológico da antropologia visual na pesquisa.
[Fonte: Texto Original do Site – https://www.ufrgs.br/ppgas/nucleos/navisual/]
O NAVISUAL e o BIEV (Banco de imagens e efeitos visuais) são uma importante referência para a gente, suas coordenadoras, docentes Cornélia Eckert e Ana Luiza Carvalho da Rocha, ministraram um seminário de três dias em Rio Tinto, em junho de 2011. Esse seminário de Antropologia Visual em Rio Tinto, em parceria com um dos núcleos mais antigos do Brasil, serviu como base para despertar vocações e pesquisas entre a gente. Posteriormente, em dezembro de 2016, através do PPGA, tivemos outra atividade em Rio Tinto com a Profa. Cornélia Eckert, quando pudemos acompanhar os trabalhos mais recentes de seu grupo, como também assistir às imagens produzidas durante a oficina ministrada em 2011. Em abril de 2017, alguns trabalhos desenvolvidos no AVAEDOC foram apresentados num seminário do NAVISUAL na UFRGS em Porto Alegre.
Seminário Imagem e Conhecimento
Seminário Imagem e conhecimento: perspectivas de pesquisa nos campos da antropologia e arqueologia
Com Aina Azevedo, Carlos Xavier Netto, Marcos Carvalho e Patrícia Pinheiro
Organização: João de Mendonça, Oswaldo Giovannini Jr. e Glauco Machado
QUANDO: dia 24 de abril (segunda-feira), às 9:30 às 16:30 (duração total 6h), inscrições no local
ONDE: Rio Tinto – Sala de exibição ARANDU (capacidade 30 lugares)
Como as imagens participam da produção de conhecimento nos campos da antropologia e arqueologia? Este Seminário procura fomentar a reflexão sobre os usos das imagens e suas conceituações em diferentes “sub-campos” e modalidades. Tem por objetivo perceber as complexidades e problemáticas levantadas pelo uso das imagens a partir de experiências de pesquisadores oriundos de formações diversas, de maneira a discutir possíveis articulações sejam elas teóricas, metodológicas, epistemológicas, estéticas, etc. Quer-se, dessa maneira, trazer elementos para estimular concepções mais abrangentes e qualificadas acerca do uso de imagens nas pesquisas desenvolvidas entre nós.
Iniciativa associada à linha de pesquisa “Imagem, artes e performances” do PPGA em parceria com o Laboratório de Antropologia Visual ARANDU e o grupo de pesquisa AVAEDOC/CNPq (Antropologia Visual, Artes, Etnografias e Documentários).
Aina Azevedo
Mestra e doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e pós-doutora pela University of Aberdeen, atualmente é professora adjunta da Universidade Federal da Paraíba. Em sua mais recente pesquisa dedicou-se ao estudo do desenho como metodologia e forma de exposição do conhecimento na antropologia, além de ter produzido um artigo em forma de ensaio gráfico.
Desenho e antropologia
Atualmente ocorre o que Ballard denomina de “virada gráfica”, quando diversos antropólogos passam a desenhar e expor seus desenhos em suas pesquisas. Essa novidade, entretanto, remonta a uma prática, a um só tempo, bastante comum nos primórdios da antropologia e pouco conhecido (ou reconhecida) pelos antropólogos do presente. Com esse pano de fundo, esta apresentação busca recuperar partes da história que relaciona desenho e antropologia, bem como os regimes de visualidade que a acompanham, culminando com uma apreciação do estado da arte dessa relação no presente. Além de localizar o desenho como metodologia e forma de exposição do conhecimento na antropologia, busco mostrar as nuances do “conhecer por meio do fazer” que o desenho nos traz.
Carlos Xavier Netto
Arqueólogo, mestre em Antropologia da Arte e doutor em Ciência da Informação pela UFRJ, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, docente do PPGA e do PPGCI (UFPB) e coordenador do Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional – NDIHR (UFPB). Desenvolve pesquisas com os seguintes temas: memória e patrimônio cultural material, teoria da representação, patrimônio arqueológico, arte rupestre, preservação e digitalização do patrimônio arqueológico, interseção patrimônio e informação.
Grafismos rupestres no Cariri Paraibano
Como conceber o estudo das imagens formadas pelos grafismos pré-históricos na Paraíba? As pesquisas arqueológicas que são realizadas no espaço do Cariri Paraibanos pelo NDIHR podem ser delimitadas por três pontos, que seguem: 1. A questão da produção dos grafismos rupestres, suas técnicas, estilísticas e composições; 2. Os espaços de ocorrência sobre a rocha, os ambientes de ocorrência e sua distribuição; 3. As relações entre diferentes tipos de evidências, os grafismos rupestres, os materiais líticos e cerâmicos, e os restos diretos (sepultamentos) com os devidos acompanhamentos.
Marcos Carvalho
Cientista social, mestre em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ, doutor em Antropologia pelo Museu Nacional/UFRJ, e atualmente pós-doutorando pelo PPGA/UFPB. Áreas de atuação: ciência, tecnologia, corpo, saúde, redes sóciotécnicas e práticas de conhecimento.
Tecnologias de visualização corporal: sobre a produção, circulação e efeitos de imagens médico-científicas
A apresentação tem como principal objetivo abordar as técnicas de imageamento corporal de um ponto de vista histórico e sócio-antropológico. Desde a segunda metade do século XIX, com a popularização da fotografia e dos Raios X, proliferou-se pelo mundo uma série de imagens tecnocientíficas do corpo humano, em um movimento crescente que se radicalizou e expandiu com o desenvolvimento mais recente de outras tecnologias de visualização, tais como o ultrassom, a ressonância magnética, a tomografia computadorizada, entre outras. O advento da era digital e sua subsequente apropriação pelos saberes-fazeres biomédicos também fez com que tal processo ganhasse ainda novas facetas, multiplicando exponencialmente a (re)produção e circulação de tais imagens por meio de softwares e modelagens gráficas. Sendo assim, busca-se apresentar introdutoriamente o potencial da abordagem antropológica e etnográfica das tecnologias médicas de visualização – tendo em vista sua capacidade de deslocar e produzir novas concepções sobre corpo, pessoa, saúde e terapêutica.
Patrícia Pinheiro
Doutora em Ciências Sociais pelo CPDA/UFRRJ e mestre em Desenvolvimento Rural pelo PGDR/UFRGS. Realizou pós-doutorado no PPGAnt/UFPEL e atualmente é pós-doutoranda no PPGA/UFPB. Atua nos seguintes temas: processos identitários, políticas públicas, agroecologia, conflitos socioambientais, memória, etnicidade e relações interétnicas.
Pesquisa, ensino e extensão com o uso de imagens no extremo sul brasileiro
Com o propósito de refletir sobre o percurso suscitado pelas imagens no trabalho etnográfico, a apresentação percorrerá projetos realizados em áreas rurais da região de Pelotas, RS, em especial a pesquisa “Saberes e Sabores da Colônia” e o projeto de extensão “Histórias de Quilombo”. Nestes trabalhos está presente um rural em que proximidade e distância convivem entre os grupos que habitam a colônia, constituindo imbricadas relações interétnicas. Com o desafio de buscar de algum modo contemplar esta complexidade, sujeita a dinâmicas e transformações, recorreu-se às imagens como catalisadoras de um processo de construção contínua da pesquisa, com ênfase para a restituição dos registros imagéticos e seus desdobramentos. As reflexões sobre essas interações encontram relação com a perspectiva de Fabian (2006) de coetaneidade, na qual o autor argumenta em favor de uma reflexão sobre o compartilhamento do tempo para uma prática etnográfica entre sujeitos.